Editora do SESC São Paulo faz um livro com diversos autores sobre as mais variadas formas de se tratar a memória. Embora haja especial atenção às histórias faladas ou vidas contadas, trata-se de muitos jeitos a memória e sua importância para a cultura humana. São 273 páginas com os temas:
Tradição oral no mundo digital
Histórias digitais
Memória e educação
Tecnologias e histórias de vida
Em busca do outro: biografias e histórias de vida
Como fazer um projeto de memória oral.
Trechos para apreciação:
E aqui uma curiosidade: o significado grego da palavra escola é local de prazer. Isso é que a escola deveria ser. Um local para se ter prazer intelectual. Não preisa de outros porque o mundo está cheio deles, mas o prazer intelectual a escola não estimula.
hoje a escola ainda é taylorista, fordista, as pessoas aprendem mais a ter disciplina e a respeitar o prfessor do que a ter prazer na aprendizagem.
O jogo na escola deve mudar também. a prova é o único lugar onde é usada a linguagem escrita. a escola deveria ensinar a ler e a escrever, mas ensina a odiar Machado de Assis e outros autores e punem os alunos quando escrevem espontaneamente. Na escola só é permitida a escrita do ritual sado-masoquista da prova.
Carlos Seabra in História falada
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O tema Tradição Oral no Mundo Digital coloca em evidência algo que esteve longamente fora de questão. Sabemos que a consolidação do sistema capitalista, base sa cultura burguesa de raiz europeia, centrou-se na imprensa a partir de Guttenberg. Conhecemos os seus efeitos como agenciadora de conhecimentos que possibilitou a revolução tecnológica, que deu ao Ocidente o poder de domínio em escala global. Isso criou um preconceito de origem contra quem, como pessoa, comunidade ou cultura, não se organiza pela palavra escrita, mas pela comunicação oral; aqueles que, por essa razão, são classificados como analfabetos, com conotações de ignorantes e primitivos, conotações sempre negativas e excludentes.
Nicolau Sevcenko in História falada